Fernanda Grabauska: Breve Rapsódia de uma decepção

Foi assim que me arrumei e assim que, acabada, virei pó depois de esperar sentada por quarenta e sete zilhões de anos. Ao olhar do alto, refestelei-me por não ter gasto dinheiro em meias rendadas e por não ter transcrito aquele bilhete na minha melhor caligrafia apaixonada. Sim, me lembrava de poder fazer a medida crescente da paixão de alguém por sílaba lida. Com algumas frases, me orgulhava de poder "acorrentar uma alma" (não que eu possa parafrasear esse texto bonito). O que não importa nada, porque odeio todas as frases que aqui escrevo, com ódio meteoricamente ascendente. Naquele dia, enfim, ao dormir de cinta-liga e meias que não combinavam, perdi minha capacidade de sentir qualquer coisa por qualquer coisa.




...morri por dentro.


Fernanda Grabauska é uma pobre vestibulanda: logo, não é nada.