Entrevistona- Dylan Mondegreen (Noruega)


Por Fernando Niero


O Norueguês Børge Sildnes escolheu o codinome "Dylan Mondegreen" para mostrar ao mundo suas canções delicadas com forte sabor acústico. Børge cedeu uma entrevista esclusivíssima para "O Último Número" (a primeira publicação de lingua portuguesa a entrevista-lo)

Por que Dylan Mondegreen?

Eu queria um nome de banda, mesmo esse projeto sendo apenas meu, e acabei com um nome que pode ser interpretado como um nome de pessoa.Mondegreen é um termo inglês para letras "que as pessoas entendem errado" - como quando você pensa que o artista está cantando algo diferente do que realmente é.Se você procurar na net, verá vários sites dedicados à "bob dylan mondegreen". Eu acho que o termo diz que seu amor pela melodia ou letra de uma canção não necessariamente uma explicação racional. Comes down to, a melhor musica pop nao precisa ser analisada desta maneira pelo seu coração, for instance, anos atrás eu pensava que Paddy MacAloon cantava "Albuquerque" e não "I Want Cookies" na canção "The King of Rock and Roll" do Prefab Sprout. Você não precisa entender tudo tudo desde que goste do que ouve, desta maneira, Dylan Mondegreen funciona da seguinte maneira: poucos entendem o que realmente significa, mas muitas pessoas irão achar que soa bem


-Quando começou a tocar compor e porquê?

Compus minha primeira canção aos dez anos, só sabia tocar 3 acordes de guitarra e tinha acabado de começar a aprender inglês, a canção se chamava Summertime. Quando comecei a aprender violão, sabia que era iria compor, achava mais interessante escrever canções do que as técnicas tradicionais para praticar violão.Não dava importancia ao fato de compor até chegar aos 16 (acho). Desde então, tem sido minha obsessão achar aquela melodia nova e combiná-la com a sonhada letra com substância o suficiente para fazê-la interessante na longa jornada. Nunca sonhei em ser pop star e acho que isso me ajudou a focar na criação musical. Gosto de ouvir de me ouvir.


Influências?


Eu raramente sou diretamente influenciado por outros artistas, e meu estilo não mudou muito desde quando comecei a compor. Eu sempre tive uma idéia sólida de como minha música deveria soar. Mas claro que, sendo um fã de música, seria ingênuo pensar que não sou influenciado pelo que ouço de algum modo, mesmo que subliminarmente. Alguns de meus preferidos de todos os tempos são: Burt Bacharach, Chet Baker, The Smiths, Nick Drake, Antonio Carlos Jobim e Astrud Gilberto.


Como é ser músico na Noruega? Como está a cena lá?


Bem, é dificil ganhar a vida como músico na Noruega se você não vende discos no estrangeiro. Produzir boa música custa dinheiro e a Noruega é um pequeno país, então é dificil ganhar dinheiro com a venda de albuns. Mas somos privilegiados por ganhar uma ajuda do governo ao saírmos em turnê ou mesmo para gravar. Há bandas boas, mas eu penso que os Artistas noruegueses deveriam focar mais no que poderia fazer entra-los no mercado internacional. Eu não entendo a obessão da impressa especializada em música em encontrar a nova cena do R'n'B norueguês ou do hip hop


"Broken French" é uma história real?


Não, não é uma história real, mas eu tive a ideia da letra durante minhas férias na França ano passado, como não falo francês, começei a fazer brincadeiras com o termo "Broken French" ["francês ruim"] como "with promisses as my broken french". Eu acho que é antes uma história triste de amor sobre a falta de comunicação num relacionamento.


Que tens ouvido ultimamente?


Exatamente agora, o novo album do The Sea and Cake, também tornei-me grande fã de Frank Sinatra, acho que estou ficando velho.
Enquanto o Album não vêm...ouça: http://www.myspace.com/dylanmondegreen
e, se estiver perdido em Oslo, vá ao Café Mono no dia 18, para conferir o moço ao vivo